terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Artigo publicado no Correio do Minho

Marta Caldeira

in (Correio do Minho)

Bandeiras completamente negras e cartazes a dizer “caulinos não” envergaram-se, ontem à tarde, numa marcha lenta de muitas dezenas de automóveis protagonizada pela população de Barqueiros, Barcelos, numa acção de protesto contra a exploração de caulino no centro da freguesia.

Velhos e novos, os habitantes de Barqueiros juntaram as suas vozes em uníssono em prol de uma causa comum: “suspender de imediato a exploração de caulino na freguesia e promover um referendo local”, assim declarou um dos manifestantes de ontem, Carlos Casanova, de 48 anos.
“Estou totalmente solidário com esta causa porque esta exploração de caulino é uma verdadeira aberração no centro cívico de Barqueiros”, disse, consternado.

O habitante atirou mesmo que “este é mesmo um ‘caso de polícia’ porque está-se a fazer uma exploração e até hoje ainda ninguém conseguiu demonstrar que o protocolo de 1990 não foi revogado, permitindo-se a exploração de caulino com a conivência da junta de freguesia e da câmara municipal”.

“O protocolo em questão, assinado pelo Estado e pela empresa ‘Mibal’, datado de 1990, é claro quando diz que é preciso haver condições objectivas para que a exploração se reinicie - aliás, foi nessas condições que a empresa recebeu uma indemnização do próprio Estado”, explicou Hugo Cardoso, do Movimento Cívico de Barqueiros (MCB).

Protocolo assinado “à revelia da população”

“O facto é que assinaram um outro protocolo, numa assembleia extraordinária, há 22 meses, à revelia da população e ninguém explicou, ainda, nem na assembelia de freguesia, nem na assembleia municipal, se o Estado português emitiu algum parecer que revogasse o protocolo de 1990”, criticou o responsável.

“É nossa convicção que, neste momento, a ‘Mibal’ esteja a explorar o caulino sem que exista qualquer autorização do governo para que o protocolo de 90 seja revogado”, asseverou Hugo Cardoso. “Caso o governo não se tenha pronunciado, estamos perante uma ilegalidade”.
“O Estado autorizou o não o início da exploração?”. Esta é a pergunta que os habitantes de Barqueiros querem ver respondida. E foi isso mesmo que na manifestação deste domingo quiseram defender numa marcha de protesto até às portas da Câmara Municipal de Barcelos - que segundo o MCB - “ainda não nos recebeu, nem nos ouviu”.

“O que estão aqui a fazer é um crime ambiental de proporções gigantescas em que o interesse económico se está a sobrepôr aos interesses da população da freguesia”, assim contestou, também, Carlos Barroso, de 28 anos, recordando que esta é uma luta dos populares muito antiga e que “além de ambiental é já histórica”.

3 comentários:

  1. O Sr.s Presidentes da junta e da Câmara, as autorizações onde andam? e as licenças? as inspecções? Até vergonhosamente estão a tentar mudar a escola primária de sítio, só para fazer o jeito à MIBAL,

    Voces são uma verdadeira vergonha!

    A MIBAL e o Sr. Lima subrepõem-se ao bem estar das crianças de Barqueiros. A vossa sorte é que esta é uma terra mongas, que berram nos cafés que são contra e que depois se escondem como cobardes dentro de casa e fingem que não é nada com eles.
    Era muito bem feita que metessem a escola ao lado dos ciganos, aí já protestavam não era? TENHAM VERGONHA!!!

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  2. este verde limão, da sua pag. esta a me enojar. troque a cor, pelo amor de Deus, quem sabe voltam os comentarios.. ou a "lavagem de roupa suja".
    Sabemos que verde é esperança....
    mas AQUI JA Ñ FAZ SENTIDO..

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  3. Discordo, agora é que o verde faz todo o sentido, ESPERANÇA num futuro bem mais risonho para Barqueiros que parece impossível face a situação actual das quintas de Prestar.

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